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Os Anais do VIII SEF já estão publicados

O Seminário Internacional de Estudos Fronteiriços (SEF) é um evento bianual consolidado na agenda acadêmica e um ponto de encontro para professores, profissionais, estudantes de graduação e pós-graduação que se interessam por temáticas diversas relacionadas aos estudos fronteiriços. Desde a primeira edição, o SEF tem recebido pesquisadores de renome nacional e internacional e gestores com larga experiência em questões fronteiriças, que contribuem para a ampliação do conhecimento sobre as fronteiras políticas internacionais a partir de um enfoque interdisciplinar. 

A oitava edição do evento ocorreu entre 25 e 28 de setembro de 2023, na Unidade II do Campus do Pantanal (CPAN) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, localizada na cidade de Corumbá. Cabe mencionar que esta edição foi a primeira a ocorrer depois da pandemia da COVID-19, razão pela qual não pode ser realizada em 2021 como previsto. O VIII SEF foi organizado pelo Mestrado em Estudos Fronteiriços da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) em colaboração com diversas instituições nacionais e internacionais, tais como o Grupo Retis, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGG/UFRJ); o UnBral Fronteiras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); o Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), o Instituto de Estudios Internacionales (INTE) da Universidad Arturo Pratt do Chile e a Asociación Latinoamericana y Caribeña de Estudios Fronterizos (ALEF). Essa edição contou mais uma vez com o apoio fundamental da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT) e das instituições parceiras, além dos recursos financeiros oriundos das inscrições e do apoio logístico e administrativo fornecido pela UFMS. Cabe destacar a generosa oferta da Association of Borderland Studies (ABS) de cinco bolsas de 300 dólares para pós-graduandos. 

A parceria com instituições nacionais e internacionais vem crescendo desde a primeira edição, culminando na participação de 160 pesquisadores e estudantes de vários segmentos da Faixa de Fronteira brasileira e de diversos países vizinhos nas diversas atividades do evento. 

O VIII SEF trouxe mesas temáticas sobre temas contemporâneos a fim de estimular o diálogo entre os especialistas e a audiência. Os palestrantes vieram de várias partes do Brasil e da América latina, dentro e fora da fronteira. Cabe mencionar as cidades de Guajará-Mirim, Cáceres, Foz do Iguaçu, Dourados, Brasília, Campo Grande, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Entre os palestrantes internacionais, o evento contou com 8 palestrantes do Chile, quatro do México, dois dos EUA, um da Colômbia e um da Argentina. Dentre os gestores públicos, cabe mencionar a presença de secretários municipais de Corumbá e de Ladário/MS e do Cônsul da Bolívia em Corumbá. Os gestores também tiveram voz na mesa que apresentou o Plano de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Centro-Oeste do Brasil, com a participação do Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, o Sr. João Félix Filho. 

O evento abrigou, ainda, as seguintes atividades: 

  • um debate profícuo sobre a pesquisa, a produção e o armazenamento de dados relevantes para o campo no V Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços; 
  • um inovador painel sobre a relação entre a academia e a gestão pública, co-auspiciado pela Associação Latino-americana e Caribenha de Estudos Fronteiriços (ALEF); 
  • uma visita técnica à zona de Fronteira Brasil-Bolívia; 
  • uma visita técnica ao assentamento Paiolzinho atendido pelo projeto Apoio à expansão da produção agroecológica e da certificação orgânica de agricultores, financiado pelo CNPq e coordenado pelo Prof. Edgar Aparecido da Costa da UFMS, seguida de almoço com produtos orgânicos frescos. A visita contou com a ativa participação de agricultores bolivianos; 
  • uma reunião de editores das revistas Para Onde!?, Espaço Aberto, Si Somos Americanos e da recém lançada Revista de Investigaciones sobre Fronteras [RIF]; 
  • uma reunião interna de pesquisadores; 
  • três belíssimas apresentações culturais, organizadas pelo professor Marco Aurélio Machado de Oliveira (MEF/UFMS), que visavam demonstrar a diversidade de manifestações culturais em fronteira. Nas palavras dele: “No primeiro dia tivemos a apresentação de músicas executadas pelo corpo de músicos da Tenda Espírita São José, com Babalorixá Pai Amilton de Xangô, Ogan Milton de Ogum e Babalorixá Pai Theo Cosme de Xangô. A exuberância da força cultural se desnudou sob a forma de religiosidades profundamente brasileiras, conduzindo o público ao reconhecimento de suas contribuições para a formação da sociedade fronteiriça. Na segunda noite, contamos com a Companhia de Dança Ballet Municipal de Puerto Suárez, na vizinha Bolívia. Os jovens artistas trouxeram a vitalidade do folclore boliviano, marcadamente o daquela cidade fronteiriça, envolvendo o público entre o etéreo do tempo de sua apresentação e o permanente nos significados de seus passos e músicas. No terceiro dia ocorreu a apresentação da Orquestra de Câmara do Pantanal, do Moinho Cultural Sul-Americano. O Moinho Cultural, com sua profunda história de atuação no campo cultural, e reconhecimentos nacionais e internacionais, proporcionou releituras de clássicos musicais brasileiros e paraguaios, contagiando o público e endereçando seus sentimentos para o pertencimento e respeito pela diversidade cultural”; 
  • uma exposição de artesanato de Corumbá; 
  • e uma sessão de lançamento de livros, onde foram apresentados os seguintes títulos: Energia, Poder e Território. A geopolítica dos recursos energéticos sob a hegemonia do capitalismo, de Elisa Pinheiro de Freitas; ¿Fronteras marginales? Vida cotidiana y problemáticas actuales en la franja fronteriza Chiapas-Guatemala, coordenado por Dolores Camacho Velázquez; Ensinando Fronteiras: projetos estatais, representações sociais e interculturalidade, de Adriana Dorfman, Roberto Filizola e Julian Mokwa Félix; Novas Fronteiras Culturais: Paisagens e Representações na Perspectiva Geográfica, de Sonia Regina Romancini, Edenilson Dutra de Moura, Giseli Dalla Nora, Onelia Carmem Rossetto e Edison Antonio de Souza; História de Trabalhadores(as) e “contrabando” nas Fronteiras Brasil-Paraguai, de Cíntia Fiorotti; Violência contra a mulher: diálogos interdisciplinares, de Pamela Staliano e Marcos Mondardo; Fronteras sin muros ni hegemonias: encuentros entre la Amazonia, América y Europa, de Carlos Zárate, Jorge Aponte e Nicolás Victorino; Integração territorial e fronteiriça entre Brasil e Bolívia: projetos de transportes e intervenções na fronteira do Chaco-Pantanal, de Diogo Marcelo Delben Ferreira de Lima e Political geography, geopolitics and territorial management: brazilian perspectives, de Gutemberg de Vilhena Silva e Alexandre Bergamin Vieira. 

A apresentação dos trabalhos completos por pesquisadores, profissionais e pós-graduandos permitiu compartilhar pesquisas já avançadas nas discussões dos grupos de trabalho, organizados em torno de eixos temáticos. Foram submetidos 96 trabalhos completos, dos quais 84 foram aprovados pelo comitê científico e 62 foram apresentados em oito sessões de grupos de trabalho. Os alunos de iniciação científica novamente tiveram a oportunidade de participar, expondo 14 pôsteres. 

Os trabalhos completos foram classificados em cinco eixos temáticos, como habitual: 

  • Eixo 1 – Aspectos identitários e discursivos nas fronteiras: identidades, gêneros, diversidades, cultura, arte, literatura, comunicação, saúde, educação, bilinguismo; 
  • Eixo 2 – Movimentos de população hoje e no passado: migrações, colonização, redes, história e memória; 
  • Eixo 3 – Territórios e territorialidades nas fronteiras: integração, desenvolvimento, políticas públicas, urbanização, comércio e desenvolvimento local; 
  • Eixo 4 – Limites estratégicos: geopolítica, soberania e relações internacionais, globalização, segurança pública, conflito e violência; 
  • Eixo 5 – A natureza e seus usos: conservação, sustentabilidade, turismo, frentes, reforma e outras dinâmicas agrárias (assentamentos, agronegócio, agricultura familiar). 

Todos os trabalhos submetidos foram avaliados por pelo menos dois avaliadores do comitê científico. Dentre os aprovados, 17 trabalhos com melhor pontuação foram convidados para publicação na revista GeoPantanal (UFMS), 12 na revista Para Onde? (UFRGS), 7 na revista Si Somos Americanos e 4 na Revista de Investigaciones sobre Fronteras. 

Agradecemos a colaboração de todos que fizeram do VIII SEF um evento alegre, diverso e repleto de novas oportunidades de interação. Até o próximo SEF! 

Comissão Organizadora do VIII SEF